Nada de novo debaixo da terra, poderíamos acrescentar. Insinuações e questões sobre o evangelho da graça, gritaria, diferenças e mal-entendidos que dividem a igreja aconteciam ontem e acontecem hoje.
Falso ensino provoca tumulto
Que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. (Gl 1.7)

Esse transtorno foi causado por falsas doutrinas. Os judaizantes estavam tentando “perverter” o evangelho de Cristo. Não estavam apenas corrompendo o evangelho, mas invertendo-o, virando-o do avesso e de cabeça para baixo. Não se pode modificar ou suplementar o evangelho sem mudar radicalmente o seu caráter.
Então, as duas principais características dos falsos mestres são que eles estavam perturbando a igreja e modificando o evangelho. Essas duas ações andam juntas. Adulterar o evangelho implica perturbar a igreja. Não se pode tocar o evangelho e deixar a igreja intocada, porque a igreja é criada e vive pelo evangelho.
De fato, os maiores perturbadores da igreja (tanto hoje como na época) não são os de fora que se opõem a ela, ridicularizam-na e perseguem-na, mas os de dentro que tentam modificar o evangelho. São eles que a perturbam. Por outro lado, a única maneira de ser um bom cristão da igreja é ser um bom cristão do evangelho. A melhor maneira de servir à igreja é crer no evangelho e pregá-lo.
Sob a maldição de Deus
Mas ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado! (Gl 1.8-9)
Depois de ficar completamente espantado, a segunda reação de Paulo à situação na Galácia foi de indignação com os falsos mestres. Nesse momento, ele pronuncia uma maldição solene contra eles. A palavra grega traduzida por “seja amaldiçoado” é anátema. Foi usada no Antigo Testamento grego como referência à execração divina, a maldição de Deus que repousava sobre toda coisa ou pessoa destinada por ele à destruição. O apóstolo Paulo deseja que os falsos mestres estejam sob a execração – maldição – divina ou sejam anátemas, isto é, ele expressa o desejo de que o julgamento de Deus venha sobre eles.
Devemos desconsiderar esse anátema como um acesso de raiva intempestivo? Devemos rejeitá-lo como um sentimento inconsistente com o Espírito Santo e indigno do evangelho de Cristo? Pelo menos duas considerações indicam que esse anátema apostólico não era a expressão da ira pessoal de Paulo em relação aos mestres rivais.